Viajar sozinha? Por que não? Realizar um trabalho voluntário e mudar a vida de outras pessoas? Por que não? E por que não fazer as duas coisas ao mesmo tempo? Foi esse pensamento que me fez buscar a Exchange do Bem, e agora vou contar como foi meu intercâmbio no Peru.
O destino foi a cidade de Arequipa, onde “morei” por 4 semanas. Não sei bem porque eu coloquei aspas, pois eu me referia à Honey House como minha casa, tanto para as minhas amigas (as outras voluntárias que conheci durante o intercâmbio), quanto para a minha família.
Família
Pensamos que a família é só composta por parentes, mas essa viagem me deixou bem claro que esse conceito vai muito além: família é amor. As meninas que vivem na Casa Hogar nos chamam de “hermanas”, ou seja, “irmãs” em espanhol.
Teve um dia que, durante uma partida de “papa caliente”, em que, a pessoa com quem parasse a bola teria que dizer alguém ou algo que amasse, e teve uma das meninas que disse o nome de outra, ambas moravam na Casa Hogar, e sua justificativa foi: “porque ela é minha irmã e eu a amo”, e nós, voluntárias, ficamos surpresas com o fato de que elas eram irmãs, pois não sabíamos.
Então, ela respondeu: “mas não somos irmãs de sangue não, somos de coração”. Isso me mostrou que família vai muito além de DNA. E esse intercâmbio me ensinou isso de diversas e infinitas formas diferentes: as voluntárias que conheci durante o projeto e se tornaram como irmãs para mim, e a Marita e a Dayana, como mães.
O projeto
As meninas da Casa Hogar são muito especiais, carinhosas, amáveis, engraçadas, espontâneas, criativas, responsáveis e educadas. Sempre quando chegavam novas voluntárias, eu costumava brincar falando que as crianças são as nossas chefes aqui. Pois eram as meninas que determinavam como seria nosso dia, se iríamos brincar de bonecas, no balanço, de pega-pega, esconde-esconde, pintar as unhas ou o rosto. Dançar ou simplesmente ficar na biblioteca lendo estorinhas.
O projeto, para nós parece simples, mas para aquelas meninas, um simples abraço ou um minutinho de atenção e carinho, já faz toda a diferença na vida delas.
E mais: o abraço e o amor que nos é retribuído são muito especiais, mesmo. E são só 3h de trabalho por dia. O que dá tempo suficiente para os passeios turísticos aos fins de semana. Com isso, você pode conhecer, explorar e desfrutar Arequipa, durante as manhãs (já que a maioria das vezes, íamos à Casa Hogar à tarde). E claro, sair pra comer alguma coisinha à noite, já que a cidade é bem movimentada nesse horário.
Os passeios indispensáveis são: ir ao Colca Canyon, visitar o Monastério da Santa Catalina. Fazer o rafting no rio Chili. Ir à Campiña Arequipeña, visitar o Mirador de Yanahuara, conhecer a Juanita no Museu dos Santuários Andinos. E também o Mercado San Camilo e o Mundo Alpaca. Este intercâmbio me enriqueceu física, mental e espiritualmente.
TEXTO ESCRITO POR NATHÁLIA YREIJO VIANNA, NOSSA VOLUNTÁRIA QUE ESTEVE NO PERU EM DE DEZEMBRO DE 2018, A JANEIRO DE 2019