A minha baita experiência no Quênia

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Texto escrito por Francisco Souza Filho, nosso voluntário que esteve em Nakuru, no Quênia. 

Em agosto de 2017, minha namorada me convidou para realizar um sonho do nosso caderninho de sonhos, e ir voluntariar na África. Depois de conhecer mais de 25 países somente como turista, achei que a oportunidade parecia interessante. Então, convidamos uma de nossas amigas parceiras, escolhemos o país e embarcamos para duas semanas de voluntariado no Quênia.

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A minha baita experiência no Quênia

Antes de tudo, minha experiência com esse país já era tão fascinante e curioso que começou muito tempo antes de chegar lá. Foram meses de procura pelo lugar perfeito, que combinasse com tudo o que estávamos buscando: um trabalho de impacto positivo, um país desconhecido, praia ou selva.

Começamos pelo projeto:
– Trabalhar com animais ou crianças? Crianças, check!
– País que fale português, inglês ou qualquer idioma? Inglês, check!
– Lugar organizado com atividades bem definidas ou mais “caseiro” e flexível? Caseiro e flexível, check!
– Cidade grande ou nem tanto? Nem tanto, check!

Só esse filtro já te leva mais ou menos para onde chegamos (fica a dica!).

Depois entram as coisas interessantes, por exemplo: como é o clima lá? Quanto vale a moeda? Qual a capital do país? Quantas horas de voo até lá? Qual o fuso-horário? TEM WI-FI?? Basta dizer que as respostas nos levaram até lá! Além disso, SIM, o 4G de lá é excelente até no meio do nada (ufa)!

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Quênia – Uma terra de ensinamentos

Aí começou a parte da curiosidade sobre o lugar. Nossa mentalidade brasileira já aponta para a primeira dúvida: segurança. Hum, o Quênia é um país africano que faz divisa com alguns países que passam por guerra civil, as eleições lá mesmo foram bem problemáticas, etc.

Nessa hora, tentei abstrair e me colocar no lugar de uma pessoa que estaria vindo para o Brasil: o país com o maior número de cidades entre as 50 mais perigosas do mundo, as histórias que se difundem nos noticiários diariamente, o medo de se perder e “cair” em algum lugar perigoso… Bom, está claro que uma pessoa que se vira bem no Brasil já passou por um vasto treinamento de segurança. Aquela história de ficar sempre atento, não mostrar bens de valor, o famoso “não dar chance para o azar” que meu pai sempre me dizia quando eu era menor. Tudo isso me deu uma confiança para cair em qualquer país do globo (quase).

E a Exchange do Bem, entra onde nessa história? Já entrou, e você nem tinha percebido! Os filtros que mencionei foram o caminho que eu levei dentro do site para achar o projeto que decidimos ir: o QK Children’s Home em Nakuru.

Vamos viajar

Quando decidimos, minha namorada, eu e uma grande amiga nossa da faculdade, resolvemos entrar em contato e fechamos o negócio. O pessoal é bem legal e sabe do que está falando. Eles conhecem os detalhes de cada projeto e acomodação e te indicam os melhores lugares com base na sua experiência e perfil!

Saímos do Brasil munidos de informações e coisas valiosas: guia do voluntário, contatos de emergência, camiseta da Exchange, doações para a criançada.

Chegamos lá sem grandes expectativas (aliás, isso é muito importante). Fomos buscados no aeroporto, já tivemos noções da cultura local na imigração, bem como o trânsito. O trajeto até a acomodação e na comida de boas-vindas… Uma coisa eu aviso: o trânsito lá é muito maluco.

 O projeto

A parte do projeto e os detalhes eu deixo para vocês pesquisarem no site, Insta da Exchange do Bem. Além disso, vamos pular uns 18 meses do retorno!
Olhar para trás no tempo dá um nó… Nós passamos duas semanas lá. Só duas semanas. Só?
Inegavelmente, a verdade é que o tempo voou. Parece que no dia que você chega, começa a contagem regressiva até a hora de ir embora. Aí acaba. Mas, não acaba. Porque, quem foi não é exatamente a mesma pessoa que voltou.

Nós conhecemos tanta gente, as crianças, a família hospedeira, outros voluntários.

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Nós mesmos! Para mim, cada dia foi um aprendizado. Aquela história de ver a situação precária em que outros seres humanos vivem nos traz humildade. São imagens fortes que gravam na cabeça feito filme queimado. É só fechar os olhos e qualquer problema bobo vira fútil.

Outra lição é ver felicidade pura e genuína no meio de tudo isso. Daí fica tudo fútil MESMO. Nós aqui, nos preocupando com bobagens, e pessoas com tão pouco, de sorriso no rosto. Isso não dá para esquecer.

Claro, ninguém voltará do projeto um Dalai Lama. Mas, o mínimo de noção de que o mundo se estende muito mais que o próprio umbigo já é um excelente começo. Logo que a gente volta, viramos aquela pessoa chata que não quer ver desperdício de comida, água… Uns poucos absorvem isso para a vida, e serão chatos para sempre. Mas, são chatos mesmo, ou adquiriram uma consciência diferente?

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 A iniciativa

Sem dúvida, outro ponto muito pessoal para mim foi a iniciativa. Você vê um monte de coisa acontecendo ao mesmo tempo. Você pode ajudar em tanta coisa, ou ficar parado. A iniciativa é exatamente conseguir decidir onde você consegue encaixar alguma ajuda e movimentar-se. Lá, ninguém vai olhar para você e pedir algo. Portanto, você tem que se mexer. E foi maravilhoso me mexer por conta própria ajudando a fazer o que precisava a cada instante! Sobretudo, tanto faz se seu gesto é grandioso e complexo ou simples e corriqueiro.

Um orgulho foi juntar vários voluntários e, juntos, fazer atividades e algo a mais pelo projeto! Como resultado, nós praticamente inauguramos uma geração de pessoas que foram para lá. De fato, deixamos o lugar um pouco melhor que encontramos. Nós até temos um grupo no Whats!

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Quer participar desse projeto também? Clique no banner e entenda mais sobre o programa!

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