Conhecendo a verdadeira Índia

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Febre nacional em 2009 com a novela Caminho das Índias, muitos de nós pensamos na Índia de maneira diferente do que ela realmente é. Ainda assim. receio e curiosidade fazem parte das sensações que surgem ao pensarmos nesse país como destino para uma viagem – em grande parte devido ao que surge na mídia sobre ele, mas conosco os receios ficaram para trás e a curiosidade se concretizou em uma experiência verdadeira, reveladora e gratificante.

Em janeiro de 2019 a Exchange do Bem embarcou com um grupo de voluntários para o continente asiático com destino à Índia. Com a finalidade de trabalharmos em um orfanato de meninos com HIV, localizado na área rural da cidade de Jaipur.

 Taj Mahal

Mas vamos por partes. Fomos nos familiarizando com o país aos poucos. Primeiramente, a chegada ocorreu pelo aeroporto internacional de Delhi, cidade na qual ficamos hospedados por um dia e a qual fica localizada a cerca de 5 horas de Jaipur. Em Delhi fizemos um tour pelos principais templos e pontos turísticos da cidade e já nos deparamos com a primeira coisa que irá chamar a atenção dos nossos voluntários – o trânsito. Pois é caótico e sem regras, reflete muito do é visto em outros aspectos do país como a disposição de prédios e casas sem muita organização, a distribuição de renda desigual e o planejamento urbano que parece estar em estágios iniciais em um dos países mais populosos do mundo. As buzinas incessantes logo ficaram em segundo plano e começamos a nos atentar a cada novo detalhe que ia surgindo ao longo do dia.

Logo após, ao final da tarde, seguimos de van para Agra onde passaríamos a noite em um hotel para na manhã seguinte conhecer um dos monumentos mais famosos do país. Aliás, é também uma das 7 maravilhas do mundo: o Taj Mahal. Posteriormente, o grupo acordou cedo, saímos do hotel e em poucos minutos estávamos nos portões do mausoléu – que por si só já chamam a atenção de quem passa. Contando com a presença de um guia local, aprendemos sobre toda a história referente à origem, construção e morte da dinastia e do monumento que faz jus ao seu lugar entre outras 6 maravilhas. 

Jaipur

Logo que deixamos Agra, já com alguns dias de estadia na bagagem, fomos para Jaipur onde faríamos o voluntariado. Nosso trabalho era pintar o interior de uma sala de aula em um prédio que estava sendo construído, pois a ONG local havia conseguido um terreno na área rural da cidade com mais espaço para as crianças que antes ficavam em uma casa no centro, mas muito pequena para a quantidade de jovens atendidos pelo projeto.

O povo indiano é humilde e hospitaleiro, sem dúvida. Algo que desde o início da viagem era perceptível. Igualmente, tanto quem tinha quanto quem não tinha nem recursos que consideramos básicos aqui no Brasil, nos recebia de braços abertos e com um sorriso no rosto – seja na acomodação, no orfanato, nas ruas ou casas, eramos muito bem acolhidos. Mas logo após a recepção pela equipe que cuida das crianças diariamente, cerca de 5 mulheres, o primeiro susto. A construção do segundo andar ainda estava em andamento e faltava acabamento em muitas partes do andar. Mas o tempo era curto, apenas alguns dias e vimos que um outro grupo que tinha ficado algumas semanas um ano antes, havia feito pinturas lindas no primeiro piso. Tínhamos que nos puxar para fazer bonito também!

Os dias eram divididos entre o projeto, atividades culturais e passeios. Pelas manhãs, quem quisesse podia participar de aulas de yoga na acomodação antes do café da manhã. Em janeiro faz bastante frio em Jaipur, portanto era uma boa estratégia para aquecer o corpo. Após o café, realizado no refeitório do prédio onde os voluntários que atuam em diferentes projetos na cidade ficam hospedados, o grupo se preparava para ir até o orfanato – eram 20km de distância e que demorava em torno de 40 minutos de van.

O orfanato

Chegando ao projeto, a maioria das crianças frequentava a escola. Então nos primeiros dias conversamos com os coordenadores do orfanato para entender o que eles gostariam que fizéssemos. Além disso, o que poderia ser de maior utilidade em termos de pintura e renovação.

Enfim, com o diálogo feito, colocamos a mão na massa (e tinta) e iniciamos os trabalhos. Desse modo, cada voluntário auxiliava da maneira que podia e contribuía com os conhecimentos que tinha. Enquanto, alguns já acostumados com reformas na própria casa, orientavam a ordem de como lixar, revestir e pintar as paredes. Bem como, outros habilidosos com desenhos ou caligrafia, faziam os traçados dos desenhos que seriam pintados. Enquanto alguns interagiam com as crianças presentes que não estavam na escola e carregavam materiais, limpavam e ajudavam onde precisava.

Nesse meio tempo, as próprias crianças começaram a tomar interesse pelo o que estávamos fazendo. Algumas, menos tímidas, perguntavam se podiam ajudar. Por exemplo, pegavam os pincéis, desenhavam nas paredes, brincavam com o grupo e participavam das atividades. Em princípio, a ideia era tornar o ambiente mais convidativo para as crianças ficarem na sala de aula. Dessa forma, deixando o ambiente mais bonito e contribuir para a economia de custos do projeto com reformas.

Ao longo dos dias o trabalho foi tomando forma. Assim, passou o susto inicial. Apesar de pensarmos que talvez não conseguiríamos fazer algo à altura do que havia sido feito no primeiro andar. Enfim, concluímos a obra antes de retornar ao Brasil. Sobretudo, o sentimento foi de superação, alívio e orgulho. Certamente, muita satisfação em presenciar o sentimento do projeto ao ver o resultado do trabalho concluído. 

Outras atividades

No entanto, nem tudo era trabalho! A rotina foi bem puxada, mas tínhamos tempo para atividades que nos permitiam imergir na cultura local. Durante às tardes, participamos oficinas de pintura de hena, vestimentas tradicionais, bolywood dancing. Assim como, jantar na casa de uma família indiana, passeio de camelo e acampamento no deserto de Pushkar. Logo após, conhecemos templos e monumentos em quatro diferentes cidades (Delhi, Jaipur, Agra e Pushkar). Como resultado, tínhamos contato com outra realidade.

Dessa forma, tudo isso combinou para vermos um lado diferente da Índia. Ao passo que, combinado com a atuação e contato com o projeto local, formando uma visão única. Uma visão própria do que realmente é a Índia, de fato, incrível. Sem influencias externas do que outras pessoas, jornais ou TV mostram. Mas, baseada nas nossas vivências e experiências diárias. 

 Quero ser voluntário

Você também pode fazer parte da próxima viagem, porque a próxima edição está logo aí. Será em janeiro de 2021. A programação completa dessa aventura e o formulário de inscrição você encontra aqui:  Viagem em grupo Índia. Então, vem com a gente?

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