Quer saber mais sobre o dia a dia de um programa de voluntariado com animais, aqui no Brasil – Projeto Lontra?
Nós entendemos que muitas dúvidas surgem quando o tema é sobre os intercâmbios voluntários com animais aqui no Brasil. Muita gente não conhece a fundo nossa fauna e flora e não sabe o quanto precisamos cuidar de nossos animais para garantir um mundo mais justo e igualitário. Sem dúvidas esse conhecimento pode ser um diferencial para você.
Pensando nisso, convidamos o Oldemar de Oliveira Carvalho Junior, responsável por Projetos e Pesquisas, no instituo Ekko Brasil – Projeto Lontra, para nos contar um pouco mais sobre a rotina do projeto, as atividades do dia a dia do projeto e a importância do voluntário no programa.
Entrevista com o Projeto Lontra – Brasil
1. Qual é o principal papel do voluntário no Projeto?
O voluntário faz parte da equipe e participa de tudo. Participa das saídas de campo, das coletas de dados, dos manejos dos animais, da alimentação, … . Ele faz de tudo um pouco, sempre acompanhado de um técnico ou um pesquisador do projeto. Ele é parte integrante da equipe! 😊
2. Quantos animais estão hoje no santuário, sob os cuidados do instituto?
É um criadouro conservacionista de pesquisa e o número de animais varia conforme o período que o voluntário estiver no projeto. Hoje nós temos 6 lontras. Em outubro de 2020 tivemos, por exemplo, o nascimento de mais uma lontra. São também duas iraras e 5 furões. Os números variam bastante, porque o santuário não consegue manter todos os animais no recinto atual. Então sempre quando é necessário, os animais são encaminhados para outro local apropriado.
3. Como esses animais chegaram ao santuário? Eles vão voltar para o habitat natural deles?
Todos os animais chegarão órfãos, resgatados pela polícia ambiental, pelo IBAMA ou qualquer outro órgão ambiental competente. Quando é possível, esses órgãos chamam o próprio projeto para fazer os resgates dos animais. Tem animais de toda Santa Catarina e dos estados vizinhos. Assim, nesses casos chegam através do CRAS ou da polícia ambiental.
São basicamente dois tipos de animais. Os resgatados e os que nasceram no santuário. Com toda a certeza, a ideia sempre é fazer a reintrodução desses animais.
Para os que nasceram no santuário, é necessária aprovação do projeto de soltura para que essa iniciativa seja colocada em prática. O instituto ainda está aguardando essa aprovação.
No caso do animal selvagem, aí é um processo diferente e não precisa passar pelo processo de soltura, como um filhote que cresceu dentro do santuário. Desse modo, o animal selvagem é recuperado o mais rápido possível, e é reintroduzido ao meio ambiente imediatamente.
4. Os animais reconhecem as pessoas? Eles emitem sons? Eles atendem pelo nome?
Sim, vários animais só de escutarem a voz de alguns membros do projeto já correm e querem carinho. Um caso é de do Winny, uma irara bem velhinho, que ao ouvir a voz de um pesquisador, já vem perto da grade e pede carinho na barriga. A lontra também, tem alguns sons que ela emite, que os técnicos já identificam também, por exemplo quando é um som de ameaça, ou de carinho, quando ela está alegre. É possível distinguir também quando é um filhote ou quando é um adulto, cada um tem um tipo de som. No entanto o repertório da Lontra é bem simples, como é uma espécie solitária, ela não tem um repertório tão complexo de sons, como a ariranha.
5. O que os animais comem? Quantas vezes por dia?
A lontra come 70% de peixe. O projeto geralmente tem tilápias, e qualquer outro peixe que as lontras aceitam. Os peixes são comprados de peixarias locais. O restante da alimentação, o projeto procura complementar com os ratinhos congelados, que recebem de doações da universidade, e também alguns crustáceos, como siris, camarão de água doce. As iraras já comem carne, ratinhos e também bastante frutas. Os furões possuem a mesma alimentação das iraras. Dessa forma, segue-se com a rotina de alimentação dos animais.
6. Normalmente, nos programas de voluntariado com animais no Brasil, o voluntário pode ter interação com os animais?
Aqui no projeto Lontra, o voluntário participa ativamente do manejo. Por segurança, os animais são presos no cambiamento (um espaço reservado para o animal) sempre que a equipe entra no recinto deles. A lontra adulta e as iraras possuem o instinto selvagem e, mesmo que em uma brincadeira, podem machucar. A interação maior dos voluntários se dá com os filhotes, e os voluntários ajudam bastante com eles, seja brincando ou dando atenção.
7. Como o voluntário pode se preparar antes de chegar do início de seu intercâmbio social?
O projeto não exige nenhum preparo antes do início do programa. Quando o voluntário chega, ele começa a ser preparado e recebe as orientações. O que é interessante dele fazer é ler os papers que o projeto já publicou, dar uma olhada no site e ler informações de fontes confiáveis sobre o comportamento das lontras (cuidado com algumas fontes). Sem dúvida, isso ajuda a enriquecer as discussões nos encontros semanais que a equipe do projeto organiza.
8. Por que é tão importante estar com as vacinas em dia para participar de trabalho voluntário com animais no Brasil?
As vacinas são importantes por conta do manejo, já que as pessoas estarão em contato com animais selvagens. Então é bom estar protegidos para participar de voluntariado com animais Brasil, e as vacinas garantem essa proteção. É também uma solicitação da vigilância sanitária, passadas pelo próprio órgão que visita regularmente o projeto. Então as vacinas são importantes para a segurança do voluntário.
9. O que o voluntário significa para o projeto Lontra, nosso programa de voluntariado com animais aqui no Brasil?
“O ecovoluntário é como um irmão. Faz parte da família! Ele chega, se integra a equipe. Desde 2002 nós recebemos os voluntários, e a gente realmente depende deles. Todo o funcionamento, desde o planejamento já contemplamos a presença dos ecovoluntários. Dessa forma, a presença dos voluntários é muito importante, e são eles os “verdadeiros donos” do projeto.“
10. Por fim, fique à vontade para deixar uma mensagem para os próximos voluntários que quiserem participar desse projeto
“Convido a todos que venham, e venham de coração aberto. Não é preciso nenhum conhecimento prévio. Você vai aprender muita coisa ali. Certamente, o mais importante é a alegria, o espírito aberto, estar ali junto com a gente, dividindo o dia a dia, seja no trabalho ou nas risadas. Passando por tudo que a equipe passa no campo ou com os animais, são alegrias e tristezas! Enfim, o voluntário faz parte da família.”
O Projeto Lontra – Voluntariado com animais – Brasil
Localização: Florianópolis, Santa Catarina
Você ama praia, adora animais, sabe trabalhar em equipe e acredita no potencial e importância da pesquisa para a biodiversidade do Brasil? O Projeto Lontra é para você!
Criado em 2004, o objetivo do projeto é a conservação da biodiversidade e o turismo de conservação. O voluntário ajuda em diversas frentes de atuação, desde o manejo com os animais, na coleta de dados para as pesquisas em andamento, nas escolas com a educação ambiental, até pequenas reformas e manutenção do santuário.
Leia também: Como ser um Ecovoluntário?
Você ficou com vontade de saber mais e participar desse programa de voluntariado com animais no Brasil? Conte conosco para organizar o seu intercâmbio social. Visite nosso site, e conheça mais pela página do projeto.