Nossa voluntária Mayara fez um lindo relato sobre a experiência dela de trabalho voluntário na África do Sul, confira só!
Texto escrito por Mayara Coutinho, nossa voluntária que embarcou em julho de 2017 para a África do Sul.
Esse texto é para quem tem (assim como eu tinha) vontade de fazer trabalho voluntário na África do Sul. E para deixar com vontade aqueles que não sabiam dessa possibilidade.
Finalmente consegui um tempinho do meu tcc para falar sobre a experiencia de ser voluntário na Africa do Sul. Eu já havia feito alguns trabalhos voluntários aqui no Brasil mesmo, com grupos de amigos e da igreja, em orfanatos, asilos e hospitais. Sempre me sentia muito grata quando fazia essas pequenas visitas, doações e trabalhos… Mas tinha aquela vontade de fazer algo além do que já estava fazendo. Sempre tive uma paixão muito grande por viajar, e o destino dos meus sonhos era a Africa do Sul. Então adivinhem? Tomei coragem, juntei as paixões e embarquei em Julho desse ano.
Fiz toda a viagem com a equipe maravilhosa da Exchange do Bem, que me auxiliou desde a compra até o retorno ao Brasil. Durante minha estada na Africa do Sul, me acompanharam e deram suporte. É uma empresa nova, mas o que me chamou atenção é que os intercâmbios que eles oferecem são voltados para voluntariado. Quando cheguei lá, a equipe da you2africa estava me aguardando e foi quem me recebeu e me ofereceu todas as instruções para o trabalho. Fiquei hospedada em uma casa próxima ao projeto onde eu trabalhava com outros voluntários do mundo todo. Isso é bem bacana para trocar experiencias e praticar o inglês (vários accents).
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O projeto era o Ubuntu Project na comunidade do masiphumelele, dentro dessa comunidade haviam creches com crianças de várias idades. As creches tinham pouca ou quase nenhuma estrutura, e as crianças não falavam inglês, somente as maiores. Algumas vezes tínhamos que lidar com a escassez de recursos: papel higiênico, água potável, e alimentos. Outras vezes a dificuldade era devido a falta de iluminação e ventilação dentro do espaço onde ficávamos. A wetlands, creche na qual eu escolhi trabalhar, ainda tinha um problema de localização. Era situada próxima a saída de esgoto da comunidade, tornando a situação ainda mais crítica.
Mas em meio a tantos problemas era só virar a esquina para chegar até a WETLANDS e ver aqueles rostinhos gritando TEACHA, sempre com tanto amor e luz, me recebendo com tanta festa e alegria, que todo o resto sumia. Eram momentos de muito colo, cócegas, brincadeiras, musicas que sempre nos divertiam muito!
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Foram momentos em que senti que tinha muito na vida. Porém, o meu muito era tão pouco perto do tanto que eu estava recebendo.O amor estava ali em cada sorriso das minhas crianças. A vida tem dessa peças, fui acreditando que iria dar todo amor do mundo, mas fui eu quem recebi todo esse amor.
Depois dessa experiência tem sido difícil acreditar que o mundo é bom. A gente vê muita dor, muita injustiça, e acaba se sentindo pequeno para mudar tanta coisa ruim. Mas acredito cada vez mais no amor e no poder que ele tem para tocar e transformar vidas.
Então eu não acredito que sozinha faça a diferença no mundo, mas após meu retorno decidi que quero deitar minha cabeça todos os dias e saber que fiz a diferença na vida de alguém. Decidi que quero espalhar amor, onde quer que eu esteja. Quero que meu trabalho traga não apenas retorno financeiro mas realização pessoal e sucesso. Isso significa que com meu trabalho desejo espalhar amor e levar isso para a vida das outras pessoas.
Nós fomos feitos para amar!
E agora, duas fotos da May durante o trabalho voluntario na África do Sul.